quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Química na Cozinha

A química por detrás do amadurecimento da fruta 
 
Certamente já reparou que quando coloca uma peça de fruta bem madura em contacto com outras mais “verdes”, estas amadurecem rapidamente. Também já deve ter reparado que este fenômeno ocorre principalmente no verão, quando a temperatura é mais elevada. Se já se deu conta destes fenômenos, já fez uma observação científica sem se ter apercebido. Vamos lá então organizar as ideias…
Então por que razão a fruta amadurece mais rapidamente em contato com outra bem madura? A resposta está na química. A fruta madura ou “tocada” produz e liberta etileno, uma substância capaz de iniciar uma reação química na qual o amido é convertido em açúcar. Assim, o etileno libertado por uma fruta induz o amadurecimento noutra que esteja próxima. Esta substância é normalmente produzida em pequenas quantidades pela maioria das frutas e também pelos vegetais. As bananas, peras, maçãs, pêssegos e melões, por exemplo, produzem quantidades mais elevadas pelo que são capazes de induzir um amadurecimento mais rápido que outras frutas. A ação química do etileno é mais lenta a temperaturas baixas, isso é observado claramento no verão, pois as frutas amadurecem mais rapidamente.
O etileno é uma molécula bastante simples da família dos alcenos, constituída por dois átomos de carbono e quatro de hidrogênio (fórmula química: C2H4) em que os dois átomos de carbono estão unidos por uma ligação dupla (veja a figura). O etileno é um gás incolor com um certo odor levemente adocicado e age fisiologicamente como uma hormona natural das plantas, afetando e controlando o seu crescimento, desenvolvimento, maturação e envelhecimento. Assim, além de estimular e regular o amadurecimento da fruta, também tem o seu papel na floração e na queda das folhas. Apesar da sua importância no processo de amadurecimento da fruta, o etileno em excesso pode também ser prejudicial para muitas frutas, vegetais, plantas e flores já que, ao acelerar o processo de envelhecimento, diminui a qualidade e duração dos produtos, principalmente a temperaturas elevadas.
Assim, deverá ser evitado que frutas que libertem quantidades mais elevadas de etileno, nomeadamente as que foram referidas acima, estejam em contato prolongado com aquelas que sejam mais sensíveis, nomeadamente o kiwi. Além das frutas mencionadas, também o tomate liberta quantidades elevadas de etileno. Os brócoles, as couves, a couve-flor e a alface, por exemplo, são bastante sensíveis ao etileno pelo que deverão manter-se afastados do tomate durante o armazenamento.

Em conclusão, podemos dizer que o processo de amadurecimento de uma fruta induzido por outra bem madura dá efeito quando vemos aquela peça de fruta na fruteira que nos enche a boca d´agua, mas que ainda não está suficientemente madura para comermos. O que fazemos? Compramos uma banana bem madura, colocamos na fruteira e esperamos que a química faça o resto. No entanto, cuidado com a temperatura e o tempo de contato… Se nos distrairmos podemos ter algum dissabor…


Paulo Mendes

Qui-legal

O que são quilates? 
 
 
O ouro puro não costuma ser usado em jóias justamente porque é muito maleável e se deforma com facilidade. Geralmente o que se faz é misturá-la com cobre e/ou prata, a fim de obter um material menos sujeito a deformação.
A escala de quilates é aplicada a peças de ouro para indicar o teor desse metal nelas presente.
 
O chamado “ouro 24 quilates” é o ouro puro, ou seja, em cada 24 gramas do material, 24 gramas de ouro. Por sua vez, a expressão “ouro 18 quilates” significa que, em cada 24 gramas do material, 18 gramas são de ouro, e o restante é cobre e/ou prata. Fica claro, portanto, que uma peça de ouro não pode ter um valor de quilates superior a 24.
 
Jóias feitas, por exemplo, com ouro 12 quilates – ou seja, que contém, portanto, apenas 12 gramas desse metal em cada 24 gramas de massa – apresentam alto teor de cobre. São, por esse motivo, mais avermelhadas e se oxidam* com mais facilidade do que o ouro 18 quilates. Trata-se do chamado “ouro baixo, ou seja, que apresenta baixo teor de ouro na peça.
 
Embora a palavra quilate seja também usada para pedras preciosas, como diamante e rubis, o significado não é o mesmo. Nesse caso, trata-se de uma medida da massa da pedra preciosa, sendo que o 1 quilate corresponde a 200 miligramas. Assim, por exemplo, a expressão “diamante de 2 quilates” significa que ele possui massa de 400 miligramas.
* O ouro é um metal muito nobre, ou seja, pouco reativo. Por isso ele não reage com a acidez do suor e pode, portanto, ser usado em jóias.

 
 Texto extraído de "INFORME-SE SOBRE A QUÍMICA"
Química: na abordagem do cotidiano, volume único/Francisco de Miragaia Peruzzo (Tito), Eduardo Leite do Canto. - 3.ed.- São Paulo: Moderna 2007.
 

Qui-Beleza

Produtos de higiene 
O que é o sabonete?
O sabonete é fabricado por meio da mesma reação química que produz o sabão (saponificação de triacilgliceróis), porém com alguns cuidados adicionais. Primeiramente, evita-se a presença de impurezas de odor desagradável, mais freqüentes no sabão em barra, e adiciona-se uma essência escolhida para perfumar adequadamente o produto.
No sabonete, costuma-se deixar a glicerina produzida junto com o sabão, uma vez que ela atua como umectante e evita a sensação desagradável de ressecamento da pele que sentimos após usar um sabão comum. Os chamados sabonetes glicerinados contêm ainda mais glicerina que os normais.
Outro recurso que os fabricantes empregam para deixar o sabonete mais agradável ao toque consiste na escolha adequada da matéria-prima (triacilglicerol). Sabe-se que quanto mais curta for a cadeia carbônica do sabão e quanto maior o número de ligações duplas, mais solúvel e, consequentemente, mais agradável será o sabonete.
Os sabonetes transparentes são obtidos fazendo-se uma mistura, em proporções adequadas, de sabão, glicerina e etanol.

 O que é xampu?
 O xampu foi criado na Alemanha o final do século XIX. Consiste basicamente em uma solução aquosa de detergente, visando à limpeza dos fios de cabelo.
 Alguns contêm também outros ingredientes capazes de recobrir os fios e protegê-los do ressecamento.


 O que é o condicionador para cabelos?
 Após lavar a cabeça, nosso cabelo geralmente fica espetado e áspero. Isso se deve, entre outros fatores, à repulsão entre uma pequena quantidade de cargas elétricas que permanecem no cabelo após a lavagem, provenientes do xampu.
 Os cremes condicionadores contêm substâncias que vão justamente neutralizar essas cargas elétricas, fazendo o cabelo ficar mais macio. Tais substâncias são, geralmente, tensoativos catiônicos e ceras naturais ou artificiais.
 O princípio de funcionamento dos amaciantes e roupa é o mesmo dos condicionadores de cabelo. Após a lavagem da roupa, as fibras têxteis (por exemplo, de algodão) ficam ásperas em conseqüência da ação do tensoativo aniônico presente no sabão em pó. O amaciante de roupas consiste em um tensoativo catiônico ou não-iônico capaz de minimizar tal efeito.
 O que á pasta de dente?
As pastas de dente são formados fundamentalmente por dois ingredientes: um detergente e um abrasivo.
O detergente tem por tarefa eliminar as partículas de sujeira, principalmente aquelas de natureza apolar, que não sairiam só uma água. Um abrasivo é uma substância sólida na forma de pó muito fino que, ao ser esfregada sobre uma superfície, é capaz de remover sujeiras incrustadas nela. O papel do abrasivo presente nas pastas de dente é eliminar, na hora da escovação, os restos de comida que possam estar mais firmemente aderidos aos dentes.
Como essa mistura de detergente e abrasivo não é muito atraente aos olhos do consumidor, os fabricantes lançam mão de flavorizantes (menta, anis etc.), adoçantes artificiais, espessantes e corantes para dar ao produto aspecto, sabor e odor agradáveis ao usuário.
 Finalmente, alguns cremes dentais contêm flúor. Não se trata da substância simples F2, e assim de compostos contendo o elemento flúor, por exemplo, na forma de fluoreto, F-. Íons fluoreto são capazes de substituir as hidróxi-apatia (do esmalte do dente), formando a flúor-apatia, Ca5(PO4)3F, mais resistente à corrosão por ácidos.
Extraído:
Química na abordagem do cotidiano. Tito e Canto. Volume único. Editora Moderna.

Qui-Curioso

Por que a cafeína nos mantém acordados? 
 
 
       
     A cafeína funciona mudando a química do cérebro. Ela bloqueia a ação natural de um componente químico do cérebro associado ao sono. É assim que funciona. A substância química adenosina se une a receptores de adenosina no cérebro. Essa junção de adenosina causa sonolência ao diminuir a atividade das células nervosas. No cérebro, a combinação de adenosina também faz com que os vasos sangüíneos se dilatem (presumivelmente para permitir que entre mais oxigênio durante o sono). A adenosina é produzida pela sua atividade diária. Os músculos produzem adenosina como um dos subprodutos da atividade física.
 
Para uma célula nervosa, a cafeína se parece com a adenosina. A cafeína, portanto, se combina aos receptores de adenosina. No entanto, ela não diminui a atividade das células da mesma forma. As células não conseguem mais perceber a adenosina porque a cafeína tomou todos os receptores aos quais a adenosina se junta. Então, ao invés de diminuir a atividade por causa do nível de adenosina, as células aumentam sua atividade. Você pode ver que a cafeína também faz com que os vasos sangüíneos do cérebro se contraiam, uma vez que bloqueia a capacidade da adenosina de dilatá-los. Este efeito explica por que alguns medicamentos para dor de cabeça contêm cafeína. Se você tiver uma dor de cabeça vascular, a cafeína vai fechar os vasos sangüíneos e aliviá-la.
Com a cafeína bloqueando a adenosina, aumenta a excitação dos neurônios no cérebro. A hipófise percebe toda essa atividade e pensa que algum tipo de emergência deve estar ocorrendo, então libera hormônios que ordenam que as glândulas supra-renais produzam adrenalina (epinefrina).
 

         A cafeína também aumenta os níveis de dopamina, da mesma forma que as anfetaminas (a heroína e a cocaína também manipulam os níveis de dopamina ao diminuir a taxa de reabsorção dessa substância). A dopamina é um neurotransmissor que ativa o centro de prazer em certas partes do cérebro. É óbvio que o efeito da cafeína é muito menor que o da heroína, mas o mecanismo é o mesmo. Suspeita-se que o efeito da dopamina contribui para a dependência à cafeína.
O problema com a cafeína são os efeitos a longo prazo. Por exemplo, quando a adrenalina se acabar, você sentirá fadiga e depressão. Então o que você vai fazer? Vai tomar mais cafeína para que a adrenalina volte. Como você pode imaginar, manter seu corpo em um estado de emergência o dia todo não é muito saudável, e pode fazer com que você fique nervoso e irritado.
O maior problema a longo prazo é o efeito que a cafeína tem no sono. A recepção de adenosina é importante para o sono, especialmente para o sono profundo. A meia-vida da cafeína no corpo é cerca de seis horas. Isso quer dizer que se você consome uma xícara grande de café com 200 mg de cafeína às 3 da tarde, então às 9 da noite ainda há cerca de 100 mg de cafeína em seu organismo. Você pode conseguir dormir, mas seu corpo vai provavelmente sentir falta dos benefícios do sono profundo. Este déficit se acumula rapidamente. No dia seguinte você se sente pior, então precisa de cafeína assim que sai da cama. O ciclo continua a cada dia.
 

Qui-dúvida

Os adoçantes artificiais emagrecem? 

          
         Somos bombardeados com anúncios diários induzindo-nos a substituir o açúcar por adoçantes artificiais, no cafezinho, no chá, no café da manhã. A promessa é que, desse modo, evitamos engordar por estarmos ingerindo menos calorias. Optamos então pelos refrigerantes adoçados com adulcorantes químicos, os ditos light, antes chamados de diet... Acreditamos, inclusive, que estes sejam mais saudáveis. Não é assim?
          Mas você já parou para pensar até onde isso pode ser verdadeiro e se, de fato, está beneficiando o seu corpo? Os adoçantes artificiais visam atender às pessoas diabéticas, que não podem ingerir açúcar devido a dificuldade de processá-lo. Para elas, criaram-se os alimentos e bebidas diet. Primeiro veio a Sacarina, depois os Ciclamatos, os dois derivados do petróleo. Ambos foram acusados de aumentar a incidência de câncer na bexiga. Ciclamatos são proibidos em alguns países, entre eles o Canadá. Depois surgiu o Aspartame, um produto sintético com as mesmas calorias do açúcar, em peso, porém 200 vezes mais doce que a sacarose do açúcar. É o resultado da combinação química do ácido aspártico e a fenilalanina, juntamente com o metanol, o álcool metílico, álcool da madeira, altamente tóxico.
Como, porém, as quantidades de metanol usadas e as doses são muito pequenas, considera-se que não causam intoxicação. Não são levados em conta os efeitos cumulativos! Há limites diários reconhecidos de ingestão, muito pequenos, que o corpo é capaz de suportar.
 Estes são os adoçantes artificiais de maior uso, mas há mais. A ação de todos eles parte do princípio de que o organismo não os reconhece como nutrientes, por isso não os metaboliza. São, no entanto, substâncias que precisam ser expelidas pelo corpo e, em conseqüência, aumentam a tarefa do fígado e dos rins. Mesmo sendo próprio somente para diabéticos, milhares de pessoas sadias usam o adoçante artificial no seu dia-a-dia, bebem refrigerantes diet ou light com o propósito de se livrar de calorias, pensando em não engordar. Este foi o grande argumento mercadológico usado. Mas a verdade é que há maneiras mais fáceis de livrar o corpo de calorias, sem ter de recorrer a adoçantes artificiais e sem precisar sujeitar-se aos riscos que eles oferecem. Ainda que se admita não terem efeitos tóxicos, perturbam o metabolismo. Isso acontece porque o corpo sempre detecta estes adoçantes e se prepara para digerir carboidratos, mas falha. A resposta do organismo a isso é um maior coeficiente de absorção da glicose dos carboidratos ingeridos durante o dia, portanto, exige mais insulina a ser liberada para o sangue. E veja que muita insulina no corpo, o hiperinsulinismo, faz parte do processo de acumular gordura!
O fato é que os adoçantes artificiais não são em absoluto saudáveis. Pelo contrário, oferecem risco à saúde, são produtos químicos que o corpo detecta como toxinas, os rejeita. Tidos como inofensivos aos adultos, no entanto, gestante jamais pode tomar aspartame, porque os seus efeitos sobre o feto são incertos!
Será sempre menos prejudicial ao organismo usar açúcar, em vez dos adoçantes químicos, mas com moderação progressiva! Sair do vício do doce, reduzindo sua quantidade, pelas razões estudadas no texto anterior, é uma alternativa! Prefira o açúcar mascavo ou mel, quando possível, para adocicar, ou açúcar cristal, em vez do refinado.

Light x Diet
          Freqüentemente, há uma confusão nesses dois termos quando nos referimos a alimentos com modificações feitas pelo homem. O produto denominado Light, geralmente industrializado, é aquele em que os constituintes como por exemplo: gorduras e açúcares, ricos em calorias; são reduzidos a níveis mais baixos que o usual. Já o produto Diet é isento de um determinada substância, geralmente utilizado por pessoas com patologias específicas, como por exemplo, diabéticos.

Para que uma molécula seja doce, ela deve ativar os receptores do sabor doce da língua. Para isso, há necessidade de três caracterísitcas: um átomo de nitrogênio ou oxigênio carregando um hidrogênio (N-H ou O-H) no vértice X, um átomo de nitrogênio ou oxigênio em Y, e um grupo repelente a água em Z (por exemplo, um grupo derivado de um hidrocarboneto). Os números nas bordas do triângulo representam as distâncias ideais entre as três pontas, expressos em picometros (1pm = 10-12 m).

Fonte: NAEQ

Química Ambiental

Produção de detergente biodegradável 


INTRODUÇÃO:
É o detergente que se decompõe facilmente pela ação bacteriana, ou seja é facilmente oxidado por colônias de bactérias presentes na água dos rios, produzindo gás carbônico. Sua biodegradabilidade é melhorada se substituirmos um dos seus componentes formado por cadeia ramificada por outro com cadeia normal ou cadeia linear.
Os detergentes em geral são feitos a partir da mistura de alquil-benzeno-sulfonatos. A diferença nos biodegradáveis começa na cadeia carbônica que os constitui. 

 
Um detergente é considerado não biodegradável se em sua cadeia de hidrocarbonetos houver ramificações. Como vemos, a estrutura acima está isenta de ramificação, a parte à esquerda da molécula é considerada linear. Mas veja abaixo:
A estrutura dos detergentes não biodegradáveis possui ramificações na cadeia carbônica, observe à esquerda da molécula. A maioria destes detergentes vai parar em rios através da rede de esgoto, eles são responsáveis pela poluição conhecida como cisnes-de-detergentes: espumas esbranquiçadas e densas que impedem a entrada de gás oxigênio na água, o que afeta as formas aeróbicas aquáticas.
Por que as ramificações da cadeia carbônica tornam o detergente não biodegradável?
Os micro-organismos existentes na água produzem enzimas capazes de quebrar as moléculas de cadeias lineares presentes nos detergentes biodegradáveis. Mas essas mesmas enzimas não reconhecem as cadeias ramificadas presentes nos detergentes não biodegradáveis, por esse motivo eles permanecem na água sem sofrer decomposição.

MATERIAL:
- 1 pedra de sabão de coco
- 2 limões cortados
- 4 colheres (sopa) de solução de amoníaco (facilmente encontrada em farmácias ou supermercados)
- 1 litro de água
- Mais 5 litros de água num balde
PASSO A PASSO:
Corte em pedaços o sabão de coco. Quanto mais picado, mais facilmente ele derrete. Ferva 1 litro de água numa panela funda.
Quando a água ferver, jogue os pedaços de sabão de coco dentro da panela. Depois que o sabão derreter, mexa com uma colher de pau. Jogue a mistura dentro do balde com água, esprema os limões dentro do balde e mexa bem.
Agora, abra o frasco de amoníaco com muito cuidado, longe do rosto, pois o amoníaco não pode ser inalado. Despeje quatro colheres (sopa) de amoníaco no balde. Misture com uma colher de pau e está pronto.
Você pode guardar o detergente dentro de um galão. É normal sair espuma. Depois, você pode passar para potes menores. Não é necessário colocar muito detergente na esponja. Basta uma pequena quantidade. O detergente ecológico não faz espuma depois de um tempo guardado.

FONTE:  http://redeglobo3.globo.com/maisvoce/

Qui-legal

Choques nos dentes 

Por Que as Obturações nos Dentes dão Choque ao Morder um Papel Alumínio?
Simplesmente porque estamos formando uma pilha, dois metais diferentes em um meio ácido. O alumínio se transforma no pólo negativo (ânodo), que começa a perder elétrons, que caminham através da saliva (que é levemente ácida) para a obturação, pólo positivo (cátodo), que recebe os elétrons. Assim como o dente possui terminações nervosas informa ao cérebro que você está recebendo um choque.
Fonte: Cuidado com o papel do chocolate. SuperInteressante. Nº 7, ano13, p. 23, julho 1999.

Química na Cozinha

Coca-Cola desentope pias? 
         Refrigerantes são água carbonatada ( na qual se dissolveu gás carbônico) e substâncias químicas para dar cor e sabor, que provocam sensação agradável quando ingeridos. Em geral, os refrigerantes são compostos de substâncias químicas sintéticas. Bebidas com sabor laranja usam uma pequena fração de suco de laranja. Não usam mais porque o suco natural tem maior tendência à decomposição.
          Tenho a impressão de que nenhum guaraná existente no mercado tem guaraná natural. São composições com substâncias que dão aroma e sabor à bebida
         Agora, desentupir pias, a Coca-Cola não desentope, contrariando dito popular. A Coca-Cola é um extrato vegetal de composição variável, ao qual é adicionado ácido fosfórico em pequena quantidade, como conservante. A confusão se dá porque esse ácido é usado por fabricantes de material de limpeza, mas não faz mal ao ser humano.
Nas reações químicas que ocorrem nas células, várias delas usam o fosfato, que é um componente do ácido fosfórico. A célula usa o fosfato (PO4-3) no mecanismo de fornecimento de energia celular. Mas há uma ressalva: o excesso de fosfato pode reagir com o cálcio (Ca+2), componente de ossos e dentes, e causar problemas ósseos ou dentários. Nada além disso.

Qui- Curioso

Por que o nosso sangue é vermelho? 
 
 
Por serem esferas bicôncavas (com duas superfícies côncavas opostas) e não terem núcleo, conseguem armazenar em grande quantidade um pigmento vermelho chamado de hemoglobina, que se liga tanto a moléculas de oxigênio como a moléculas de gás carbônico.
Esse pigmento é produzido já na formação da hemácea. À medida em que essas células amadurecem, aumentam sua afinidade por átomos de ferro. Quando a hemoglobina se liga a um átomo de ferro, adquire a capacidade de, também, se ligar a átomos de oxigênio. E por que isso é importante? Ora, porque permite o transporte do gás e a posterior oxigenação de nosssos tecidos gradualmente.
A razão do sangue ser vermelho é, também, o motivo da importância fundamental do ferro em nossa alimentação – apesar de ser recomendável não ingeri-lo em grandes quantidades.
 


Fonte: Terra

Qui-Zueira

O fantástico mundo das cadeias carbônicas 


 
Fonte:(http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=8&id=670)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Química na Cozinha

Tem amônia no hambúrguer!
 
Que os hambúrgueres que comemos são "ligeiramente diferentes" da carne comum todos concordam. E não parece haver nada de errado com o processamento que faz um corte qualquer de carne virar uma pasta. Ou não havia.
Na última quinta-feira 04/01/2010, um artigo de Michael Moss, do New York Times, colocou em alerta a indústria de alimentos: a adição de amônia (NH3) na carne moída dos hambúrgueres, uma medida aprovada pelo Departamento da Agricultura dos EUA, não é tão segura quanto alegam.
Turbinar a carne moída com amônia NH3) é um procedimento bastante comum na fabricação de rações animais, por exemplo, e passou a ser usada também no processamento de carne para consumo humano da Beef Products, empresa que vende carne para restaurantes e lanchonetes como Mc Donald's, Burguer King e até para o governo norte-americano, sendo distribuída em escolas e presídios. A amônia, garantem os fabricantes, mata bactérias prejudiciais à saúde.
Carne com amônia é legal? Até pouco tempo atrás, sim. A prova de sua eficácia era dada como certa. Em 2007, quando o Departamento de Agricultura começou a testar a carne de hambúrguer industrializada, a Beef Products era tão confiável que foi isentada do teste.
Mas registros de governo e da própria indústria, obtidos pelo jornal, afirmam que Escherichia coli e salmonella foram encontrados em 12 amostras de carne que seria servida na merenda escolar. O produto foi recolhido, e a Beef Products não fornece mais sua carne para o governo. Por enquanto, só o governo deixou de consumi-la. E quanto aos restaurantes, supermercados, fast-foods?
O incidente teve repercussão no site do jornal e no Twitter. Porta-vozes do Mc Donald's e do Burguer King dizem confiar nas pesquisas do governo, mas não pretendem deixar de comprar carne da Beef Products. A não ser que o próprio governo proíba sua comercialização. Quem deve ganhar a briga?


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Qui-Leitura

O INÍCIO DA QUÍMICA

A Química surgiu no mesmo instante que o Universo, ou seja, no Big Bang. A Química sempre esteve presente na história da humanidade, mas durante muito tempo, o homem não teve consciência ou controle sobre sua existência. A primeira reação química produzida conscientemente pelo homem deve ter sido a produção de chamas. A descoberta do fogo e de suas utilidades foi um  grande avanço para garantir nossa sobrevivência e, apesar de não sabermos que indivíduo realizou essa façanha, ele abriu as portas para toda a tecnologia existente em nossos dias.


O fogo permitiu ao homem assar e defumar os alimentos. Assim, eles permaneciam conservados por mais tempo. A conservação de alimentos foi uma técnica essencial para a sobrevivência da espécie, já que o homem dependia de caça e coletas no início, e essas nem sempre eram freqüentes ou fartas. Quando o ser humano conseguia uma caça, ele tinha que comer a maior quantidade possível de alimento, pois não sabia quando conseguiria se alimentar novamente.
 
A natureza se encarregou de criar mecanismos para compensar a escassez de alimento: uma camada de gordura. Nos momentos em que faltava alimento ou era escasso, o corpo queimava essa gordura para obter energia.
 
O domínio do fogo permitiu ainda que o homem se aquecesse durante as frias noites; iluminasse o ambiente e afastasse as feras, que rondavam o escuro em busca da carne humana; e até ampliasse sua cultura, pois sentados em volta da fogueira, os homens primitivos puderam desenvolver sua coletividade e, quem sabe não foi ao redor de uma fogueira que o homem começou a falar, descrevendo uma caçada formidável?
 
O ser humano percebeu outras transformações provocadas pelo fogo, como o endurecimento de certos solos, formando cerâmicas e vidros. Ao moldá-los, o homem primitivo pôde criar utensílios para conservar seus alimentos e protegê-los melhor.
O homem também descobriu, por acaso, que as pedras azuis colocadas ao redor da fogueira derretiam e liberavam uma substância avermelhada, que se solidificava em uma forma brilhosa e moldável. Era o primeiro metal descoberto pelo homem: o cobre. As pedras azuis eram de um minério chamado malaquita. O homem então começou a produzir materiais desse metal, inclusive novas ferramentas de caça e armas. Os historiadores denominam esse período de Idade do Cobre.


Posteriormente, o ser humano descobriu que podia endurecer o cobre e melhorar sua resistência adicionando outro metal, o estanho. Da mistura de cobre e estanho, surgiu a primeira liga metálica (mistura de metais): o bronze.
 
Historicamente, a Idade do Bronze é a que se sobrepõe à Idade do Cobre. Uma região, em especial, começou a ganhar destaque. Isolados por desertos dos dois lados, uma civilização se desenvolveu ao largo do rio Nilo, que anualmente transbordava e inundava suas margens. Quando baixava novamente ao seu nível normal, o Nilo deixava uma terra escura, que o homem logo descobriu ser extremamente fértil, desenvolvendo uma agricultura baseada no ciclo do rio. Estamos falando, é claro, da civilização egípcia. O deserto também continha grande quantidade de metais e pedras preciosas na superfície, fato que desenvolveu a arte metalúrgica. Por seu destaque nessas artes, surgiu a expressão khemeya, que significava ‘país das terras negras’ e que pode ser a origem da palavra ‘química’. Os egípcios também desenvolveram cosméticos e dietas saudáveis, que mantinham os trabalhadores livres de doenças como escorbuto. Um dos cosméticos utilizados provinha da trituração da malaquita, para passar nas pálpebras. Além de estética, esse cosmético possuía a função de repelir os mosquitos, abundantes nessa região. Uma curiosidade: o gás “amônia” tem esse nome devido ao deus egípcio Amon. No templo de Amon, uma das principais divindades cultuadas, existia muitos gatos (tratados como deuses no Antigo Egito). A urina dos gatos deixava o templo com um cheiro característico, que ficou conhecido como ‘gás de Amon’, hoje amônia.


Texto escrito por Paulo Marcelo

Química na Cozinha

A FRUTA TÁ PRETA
 
 
O que acontece: Você corta a maçã, a banana ou a ameixa e, minutos depois, as frutas escurecem e ficam nada apetitosas.
Por quê? Quando picamos as frutas, danificamos as membranas de algumas células e liberamos enzimas que reagem em contato com o ar. Essa reação dá origem a um pigmento escuro, parente da melamina – aquela que dá a cor à nossa pele.
Como evitar: Jogue ácido. Limão ou laranja têm ácido ascórbico, C6H8O6 (estrutura abaixo), que retarda a ação das enzimas e age como antioxidante. Não quer que suas frutas fiquem com gosto de limão? Compre vitamina C na farmácia e salpique por cima. Dá na mesma.
 
 

Fonte:(http://www.agracadaquimica.com.br/index.php?acao=quimica/ms2&i=20&id=638)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Química Ambiental

Os 12 Mandamentos da Química Verde

1. A prevenção da poluição na fonte evitando a produção de resíduos.

2. A economia de átomos e de etapas que permitam realizar, com gasto mínimo, a incorporação de funcionalidades nos produtos pesquisados sempre limitando os problemas de separação e de purificação.
 3. A concepção de sínteses menos perigosas graças à utilização de condições suaves e a preparação de produtos pouco ou não tóxicos para o homem e o meio ambiente.

4. A concepção de produtos químicos menos tóxicos com o desenvolvimento de moléculas mais seletivas e não tóxicas, resultando em progresso nos domínios da formulação e da vetorização dos princípios ativos e dos estudos toxicológicos em escala celular e ao nível do organismo.

5. A pesquisa de alternativas aos solventes poluentes e aos auxiliares de síntese.

6. A limitação dos gastos energéticos com o desenvolvimento de novos materiais para a estocagem de energia e a pesquisa de novas fontes de energia com baixo teor de carbono.
7. A utilização de recursos renováveis ao invés de produtos fósseis. As análises econômicas mostram que os produtos oriundos da biomassa representam 5% das vendas globais e poderia atingir 10 a 20% em 2010. Mais de 75% da indústria química global seria então originária de recursos renováveis.

8. A redução do número de derivados diminuindo a utilização de grupos protetores ou auxiliares.

9. A utilização de processos catalíticos preferindo-os em relação aos processos estequiométricos, com a pesquisa de novos reagentes mais eficientes, e minimizando os riscos em termos de manipulação e de toxidez. A modelagem dos mecanismos pelos métodos da química teórica deve permitir a identificação dos sistemas mais eficientes a serem realizados (incluindo os novos catalisadores químicos, enzimáticos e/ou microbiológicos).

10. A concepção dos produtos visando sua degradação final em condições naturais ou forçadas de modo a minimizar a incidência sobre o meio ambiente.

11. O desenvolvimento das metodologias de análise em tempo real para prevenir a poluição, controlando o trancorrer das reações químicas. A manutenção da qualidade do meio ambiente implica em uma capacidade de detecção e se possível medida da presença de agentes químicos e biológicos considerados tóxicos em nível de traços (amostragem, tratamento e separação, detecção, medida).


12. O desenvolvimento de uma química fundamentalmente mais segura para prevenir acidentes, explosões, incêndios e emissões de compostos perigosos.
 

*Paul T. Anastas e John C. Warner, Green Chemistry : Theory and Practice, Oxford University Press, New York, 1998 p. 30
 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Qui-Curioso

ARTE COM LEITE

Além de ser uma bebida saudável e apreciada por muitos, o leite pode servir como uma tela em branco, na qual você pode brincar e se divertir. Nesse experimento vamos tentar entender um pouco as interações químicas. Mas sempre tomando cuidado com o desperdício.

Materiais necessários

  • 01 copo de leite
  • Detergente
  • Corantes Alimentícios
  • Recipiente para o leite
  • Béquer (ou copo)
  • Conta-Gotas


 Preparando tela!

Reserve um pouco de detergente dentro de um béquer, para facilitar na hora de usar o conta-gotas. Em seguida coloque o leite dentro do recipiente escolhido por você. Deixe descansar por alguns minutos para que o leite fique completamente parado.


Reserve um pouco de detergente


Coloque o leite dentro de um recipiente

Colocando a tinta!
 Pingue os corantes de maneira que eles fiquem na superfície do leite. A disposição das gotas é você quem escolhe. Mas cuidado para não misturá-las.


Pingue os corantes calmamente


Que tal um pouco de amarelo?!


Disponha-os conforme desejar


Cuidado para não misturar as cores

Hora do show!

 Agora é hora do show! Pingue o detergente no leite com o corante e veja o que acontece.

Pingue o detergente no corante


Veja o que acontece!

 
Arte com leite



O QUE ACONTECEU?

À olho nu, o leite de caixinha homogeneizado é uma mistura homogênea, mas se você olhar através de um microscópio, irá perceber minúsculas gotículas de gordura suspensas em água.
O corante inicialmente não se mistura ao leite pela existência da tensão superficial deste, mas quando se adiciona detergente essa tensão superficial é quebrada, pois este tem a capacidade de interagir tanto com a gordura do leite quanto com a água. Depois de quebrada a tensão superficial, o corante se espalha e liga-se a água.
O detergente possui grandes moléculas constituídas de uma “cabeça” polar, que interage fortemente com a água, e uma longa “cauda” apolar, que interage com a gordura do leite e com outras moléculas de detergente.
As interações da parte polar são dipolo-dipolo e da parte apolar são interações de Van der Waals, que são fracas, mas numerosas.
Dado certo momento a quantidade de detergente proporciona a formação de micelas. Essas micelas são um aglomerado de moléculas de detergente que envolve moléculas de gordura do leite, formando uma estrutura esférica cuja superfície externa é polar e a interna é apolar.
As moléculas do corante são polares, por isso interagem bem com a água e se reorganizam quando ocorre a formação das micelas. A sua reorganização cria um aspecto artístico no leite.
Substâncias polares e apolares se repelem, portanto as caudas de detergente e a água não se combinam, o que favorece a formação de micelas. Elas se formam favorecidas por uma economia de energia, pois na micela as caudas apolares não têm contato com a água.


Molécula de detergente e micela

Micela e a interação com a água


Você Sabia?!

 Você sabia que o detergente é um surfactante?!
O detergente é um tipo de surfactante (“surface active agent” ou em uma tradução literal: agente de atividade superficial). Isso significa que ele é capaz de alterar as propriedades superficiais de um líquido. Outra característica dos surfactantes é a capacidade de formar micelas, tornando esses tipos de compostos interessantes para a indústria, pois possuem inúmeras aplicações.
Mas não é apenas na indústria que os surfactantes são importantes, no nosso corpo eles tem funções muito específicas, como é o caso do surfactante alveolar.
Células arredondadas que ajudam a revestir a parede alveolar, pneumócitos tipo II, secretam um tipo de “detergente” responsável por reduzir a tensão superficial da água no interior dos alvéolos. Este surfactante é muito importante para facilitar as trocas gasosas que acontecem através da superfície respiratória, sem esta substância as paredes dos nossos alvéolos seriam colabadas, ou seja, grudariam umas nas outras, teríamos dificuldade para respirar que poderia levar a morte por sufocamento.
Em nosso corpo existem alvéolos com tamanhos diferentes. Nos menores o surfactante tem uma função essencial, pois diminuindo a tensão superficial o alvéolo pode ser expandido a pressões mais baixas do que seriam necessárias, o que proporciona uma expansão igual e ao mesmo tempo dos alvéolos maiores e menores.
Em recém nascidos prematuros pode ocorrer a presença de alvéolos pequenos e falta de surfactante, pois só começa a ser secretado entre o 6º e o 7º mês de gestação, o que deixa os pulmões com tendência a entrar em colapso. Isso é chamado de síndrome da angústia respiratória do recém nascido.


Imagem esquemática de um alvéolo pulmonar


(Fonte: http://www.pontociencia.org.br/experimentos-interna.php?experimento=208&ARTE+COM+LEITE#top)